UM APELO DO ALTO: NOSSO SENHOR CHAMA FRANCISCO À SANTIDADE!–Parte II

São Francisco é guiado pela Providência Divina, e, após a restauração da Capela, segue por novas veredas...

Continuação do post: Um Apelo do Alto: Nosso Senhor chama São Francisco à santidade! - Parte I

De que maneira respondeu Francisco ao apelo do alto?

Com a prontidão entusiasta, com a coragem heroica e perseverante, que são traços característicos da sua fisionomia moral.

Apenas recuperado do assombro, Francisco voltou para casa. Reuniu um lote considerável de belos tecidos, saltou para cima do cavalo e dirigiu-se a Foligno.

Chegando lá, vendeu em pouco tempo a mercadoria e a montada; recolheu o dinheiro, e veio transbordante de alegria oferecê-lo ao Sacerdote responsável pela capela de São Damião.

O capelão pensou não dever aceitar uma oferenda tão magnífica, mas viu com bons olhos o projeto de restauro que o jovem lhe expôs; deu-lhe mesmo hospedagem pelo tempo que deveriam durar os trabalhos. E Francisco meteu mãos à obra.

Começaram logo a aparecer dificuldades.

Pedro Bernardone irritou-se com o filho. A contragosto já o vira renunciar à existência faustosa que tanto lisonjeava o orgulho paterno.

Indignava-se agora com o novo gênero de vida do filho. Queixava-se com dureza pelas somas de dinheiro que Francisco distribuíra liberalmente nos últimos meses.

Às palavras violentas sucederam os maus tratos. Pedro Bernardone chegou a raptar o filho, que o tinha ido visitar para tentar convencê-lo. Mas na sua ausência, o cativo foi libertado pela mãe.

Então, Pedro Bernardone convocou-o a comparecer em juízo perante as autoridades diocesanas.

A cena foi sublime na sua dramática rapidez. Em presença do Bispo, o Santo despojou-se das vestes, entregou-as ao pai e renunciou à sua parte da herança.

Até agora – gritou – chamavam-me de filho de Pedro Bernardone; daqui em diante poderei dizer com toda a verdade: Pai Nosso que estais no Céu!”.

Maravilhado com tanto heroísmo, o prelado abraçou-o e lançou a própria capa sobre os ombros do jovem. Antes de o despedir, ainda lhe entregou uma pobre túnica. Francisco tornou-se o pobre de Jesus Cristo.

O Santo teve ainda de suportar dolorosas humilhações.

Os conterrâneos, até mesmo os amigos, nada compreendiam do seu comportamento.

Começaram por chamá-lo de insensato; mas pouco a pouco as suas prevenções dissiparam-se e a ironia transformou-se em admiração.

Quando Francisco percorria as ruas de Assis, à procura de materiais ou de dinheiro para a sua querida Igreja, as ofertas afluíam. Os trabalhos de restauro avançaram rapidamente.

Por outro lado, as exigências da graça tornavam-se mais imperiosas. O padre de São Damião, que conhecia as comodidades da sua vida passada, esforçava-se por alimentar convenientemente o hóspede.

Francisco quis renunciar a esta delicadeza; com uma tigela na mão, foi de porta em porta mendigar o alimento.

Quando se sentou para comer aqueles restos repugnantes, teve um sobressalto de aversão; mas mal os levou aos lábios, encontrou neles um sabor delicioso e se estremeceu de alegria.

Deus nunca deixa sem recompensa a generosidade dos seus servos.

Depois de São Damião, Francisco restaurou uma capela dedicada a São Pedro e a de Santa Maria da Porciúncula, tão famosa na história dos Frades Menores.

Que novos trabalhos deveria empreender em seguida?

Um texto do Evangelho esclareceu-o.

Ouviu ler na Missa a passagem de São Mateus em que Cristo envia os discípulos a pregar sem dinheiro, sem bordão, sem calçado. Aquelas palavras foram para ele um raio de luz.

Francisco deitou fora os sapatos, o bordão, o magro pecúlio que ainda possuía; colocou uma corda a servir de cinto e partiu para as aldeias da Úmbria a pregar a paz e o amor de Deus.

Continua…

Fonte: retirado do livro “São Francisco de Assis” do Rev. Pe. Thomas de Saint-Laurent.

Fonte: Associação Apostiolado do Sagrado Coração de Jesus

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