13° Aparição - PORQUE É QUE VÓS TENDES MEDO? PORQUE É QUE VÓS DUVIDAIS? EU ESTOU AQUI!

APARIÇÕES DE DUZULÉ


Sexta-feira - 04 de Janeiro de 1974
16:15 hs - na capela

Madalena Aumont:
Esta manhã não pude ir à missa, tive muita pena, pois ela era às 8 horas, e tenho de preparar os meus filhos para os levar à escola às 8h30.

Ás 9 horas, fui visitar o Santo-Sacramento exposto. Fui-me embora às 11 horas para preparar a comida para o meu marido, para a minha mãe idosa e para os meus dois filhos mais velhos que vêm comer ao meio-dia. Durante a tarde, voltei ao Pensionário para passar a ferro a roupa das Freiras. Entre dois trabalhos, eu devia fazer uma visita ao Santo-Sacramento.
Cheguei às 14 horas à capela da escola São-José. Fiquei até às 15 horas para adorar Jesus presente. Depois fui telefonar ao escritório da Irmã Bruno para marcar uma consulta num médico para a minha filha mais velha. Mas em vez de voltar para passar a ferro, não me pude impedir de voltar à capela, como se algo me dissesse : "Tens de ir lá." É tão lindo, tão bom adorar Jesus presente ; Jesus é tão feliz !

Creio que não podia deixar o meu lugar ; sentia-me pregada ao meu lugar. Creio que podia lá ficar para sempre ; nestes momentos sento o meu espírito tão unido ao de Jesus.
Mas o tempo passava sem que eu desse conta disso.
De repente, ouvi tocar as 16h15 na igreja. Ainda tinha uma dezena do terço para rezar antes de voltar para casa, pois os meus filhos estavam quase a chegar e eles gostam que eu esteja em casa quando eles voltam da escola.

Começava então a última dezena do meu terço. De repente, caí completamente na obscuridade. Se soubessem como eu tive medo ; não consegui evitar gritar muito alto. Tive que chamar o Senhor Padre para lhe dizer : "Não vejo nada", porque estava completamente na obscuridade. Sentia-me desamparada, o meu coração batia muito forte com medo.
Depois ouvi o Senhor Padre aproximar-se de mim e disse-me com uma voz muito calma : "Não tenheis medo, sê paciente, esperai um momento, isso vai passar."
Eu via que ele não estava preocupado (dizia a mim própria, vê-se bem que não é ele que está no meu lugar), depois ele disse à Irmã Marguerite : "Ide depressa buscar a Irmã Bruno."
Quando ouvi alguém entrar, pensei que era a Irmã Bruno. Perguntei-lhe se era ela, ela respondeu-me : "Sim, sou eu."
Pedi-lhe para me levar para casa. Eu estava preocupada, perguntava-me o que é que me iria acontecer. Pensei na minha família, nos meus filhos. Nunca mais ver. Como eu estava triste meu Deus !
Jesus tinha-me dito que eu iria sofrer pelos pecadores, um dia após uma visita, mas ele não me tinha dito que eu iria ficar cega. Jesus disse-me o que aconteceria ao meu corpo, e que eu iria sofrer especialmente muito do espírito, mas Ele não me tinha dito para o dizer. Se eu o disse, foi por causa do medo, quando estava na completa obscuridade.
A essa hora da tarde eu também não pensava que isto vinha de Jesus ; Não era a hora, das outras vezes, foi às 19 horas.
Depois desta terrível angústia (de repente na grande obscuridade dos olhos mas também do espírito), senti uma grande alegria. Mesmo o Senhor Padre mo disse quando ele se apercebeu.
Os meus olhos voltaram a ser brilhantes ; o medo, a tristeza transformaram-se numa grande alegria, numa paz indescritível.
Penso que é a mesma coisa como quando alguém sofre no seu leito de morte ; quando a alma deixa o corpo, ele não sofre mais ; depois de repente, ele se encontra nesta doçura, nesta luz espiritual ; ele é transfigurado com Jesus.
Eu não estava cega ; até o penso ter gritado em voz alta : "Não, não estou cega" ; eu tinha descoberto a Luz. Sim, a Luz apareceu-me no mesmo sítio, em vez do Santo-Sacramento, e ela parecia ainda mais bonita, mais luminosa, mais clara que habitualmente.
Ajoeilhei-me no sítio mesmo onde estava, ao fundo da capela, ao pé da minha cadeira. Penso que devia estar toda sorrirende tal era grande a minha alegria de voltar a ver a Luz...das grandes trevas à Luz e que Luz, a mais bonita de todas as Luzes !
Depois Jesus apareceu.
Jesus é tão bom. Ele podia-me ter deixado assim até o fim dos meus dias. Eu estava entre as Suas Mãos ; nós estamos todos entre as Suas Mãos. Ele é O Mestre. Ele faz de nós o que Ele quer. Devemos de o agradecer por todas os graças que Ele nos dá.

Se nós vimos, se nós ouvimos, se nós andamos, se nós temos saúde, se nós somos felizes, é graças a Ele, a Ele só. Ele pode-nos retirar isto tudo num instante.
Mas se nós sofremos, se nós temos problemas cada dia, é Ele também que nos permite isso, para ganharmos o nosso céu.

Temos que oferecer tudo a Jesus : as nossas alegrias, as nossas penas, e por Ele, com Ele, nós suportaremos tudo.

Desta vez, Jesus tinha a mão direita sobre o Seu Coração, e o braço esquerdo estendido ao longo do corpo. Ele sorria-me, e depois disse-me :
"Porque é que vós tendes medo ? Porque é que vós dúvidais ? Eu estou aqui."
Eu disse a Jesus : "Senhor, eu tive medo, pensei que ia ficar cega."(creio que o disse em voz alta).
Depois Jesus disse-me :
"Dizei-lhes que cada homem sobre esta terra assim está nas trevas."
Então repeti isto em voz alta, depois Jesus disse-me :
"Beijai a terra três vezes por penitência pela falta de Fé."
Então fiz este gesto, depois Jesus, dum gesto lento, tirou a mão do Seu Coração e avançou-a para mim e fez-me sinal para me aproximar. Ao mesmo tempo que fazia este gesto, disse-me :
"Aproximai-vos até aqui e saudais."
Então avancei, do fundo da capela onde tinha ficado, até ao altar, até Jesus. Eu estava muito perto Dele. Eu saudei como Jesus me ensinou.
Jesus voltou a pôr a Sua Mão sobre o Seu Coração. Eu estava de joelhos, ao pé dele e Ele disse-me :
"Tendes a bondade de repetir o seguinte :
Ecce Dominus Noster cum virtute veniet et illuminabit oculos servorum Suorum. Laetamini, laetamini in Domino, laetamini cum Magdalena. Para um cor ejus : ' Speravi in Domino, ut se simplicitas prodit amabilis.' "
(Eis que o Nosso Senhor virá com poder e iluminará os olhos dos Seus servidores. Sejais alegres no Senhor, sejais alegres com Madalena. O seu coração está preparado : "Esperai no Senhor, para que a amável simplicidade O reflita."
Jesus disse-me estas frases muito devagar, na ordem que eu as escrevo. Depois disse-me :
"Cada vez que vós voltareis ao vosso lugar depois de cada Eucaristia, pousai a mão esquerda sobre o vosso coração e a direita cruzada por cima."
Jesus fez o gesto ao mesmo tempo que me explicava ; eu imitei-O.
Jesus sorriu-me alguns instantes, depois desapareceu.
Guardei as mãos pousadas assim até chegar ao meu lugar.
Primeira Sexta-feira do mês de Fevereiro de 1974.
Jesus não apareceu.

 

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